terça-feira, 10 de agosto de 2010

Tradições

Toda Religião tem suas vertentes e seus cultos diferenciados. Não seria diferente com a nossa ^^
No nosso caso eu presumo que seja mais difícil falar sobre isso, já que somos muitos e de varias partes do mundo, além do fato de que tem os praticantes solitários que muitas vezes mesclam varios tipos de culturas a sua visão sobre os Deuses.
Esse tópico vai servir-lhes para escolher uma dentre as várias sendas, mas lembrem-se que o melhor é algo natural, ou seja, algo que lhe faça se sentir bem consigo mesmo e que seja a sua cara.

Tradição 1734: A tradição 1734 é baseada nos ensinamentos de Robert Cochrane e seus escritos. Cochrane, britânico, traz as raízes celtas – bretãs para a Witchcraft. 1734 não é um anagrama, todavia é um mistério. Não dá o verdadeiro nome da Deusa como outros tantos nomes. Junto com a tradição 1734 há uma série de mistérios.
Existem muitos caminhos para o Deus e Deusa. 1734 é um caminho distinto. Existem algumas diferenças como a dedicação que o estudante tem de ter com seu clã espiritual, a necessidade de uma essência xamânica, e principalmente a crença de que a Deusa faz parte da vida do indivíduo.
Robert Cochrane nasceu em janeiro de 1931 em Londres. Ele reivindicava a si mesmo o título de Bruxo por hereditariedade, dizendo que o seu avô tinha sido um bruxo praticante em Warwickshire e uma de suas tias, “Mrs. Bromfield”, que tinha uma significativa coleção de “coisas de bruxa”. Ele nasceu numa família metodista, conheceu um bruxo não-gardneriano, formou um Coven que ele chamou de “The Clan of Tubal Cain”, pesquisou e recriou o que achou que poderia ser a melhor forma de expressar a Velha Religião.

Em 1960, entrou em contato com Joseph Wilson. Essas correspondências deram a ele as bases da witchcraft praticada hoje. Wilson fez dessas cartas uma fonte de pesquisa e ensinamentos, na medida em que copiava e passava para outras pessoas. Como resultado, diferentes Covens foram formados e outras linhas foram desenviolvidas. Cada linha hoje é completamente autônoma e não há uma autoridade central.
Os Covens não partilham de um Livro das Sombras em comum, mas as cartas de Cochrane foram passadas de professor a aluno, formando um Livro das Sombras similar em outras tradições. Esses Covens, baseados na obra de Cochrane, estipularam que o aspirante deveria passar pelo menos por um ano e um dia de “treinamento” para ingressar no 1º Grau. Geralmente, é proposto ao estudante descobrir o que está por trás dos criptogramas 1734 e 1737, ambos escondem o nome do Deus e da Deusa. As charadas serviam como uma iniciação.
É necessário desfazer alguns mitos sobre o numero 1734. Primeiro, Cochrane não quis traçar seu sangue de bruxo até 1734, nem é data de fundação de nenhuma instituição secreta. Cochrane simplesmente criptografou o nome da Deusa.

Cochrane morreu em 1966. Todavia, em 1976, Ann e David Finnin, com os escritos de Cochrane e material que foram dados por tradicionalistas britânicos recriaram a experiência dele com o grupo Roebuck. Em 1982, Evan John Jones, um componente do grupo original de Cochrane, foi chamado também. O aprendizado levou dois anos e Ann e David foram incumbidos por Jones de levar a 1734 aos Estados Unidos. Curiosamente, Jones é um dos autores do livro Feitiçaria, a Tradição Renovada, junto com Doreen Valiente, que segue a Tradição Gardneriana.

Tradição Alexandrina: A Tradição Alexandrina foi iniciada em 1960 por Alex Sanders e sua mulher Maxine. Sanders que se dizia iniciado pela sua avó quando tinha apenas 7 anos, admitindo mais tarde que isso não era verdade. De fato, Sanders era iniciado em um coven Gardneriano. Quando Sanders começa a divulgar a Wicca, os membros mais tradicionais se opuseram de pronto, alegando que Alex Sanders estava tentando se promover, outros encararam como uma profanação dos mistérios da Arte. Seja qual for o motivo pelo qual ele procurou publicidade, ele conseguiu atrair muitos seguidores para a Wicca. Entre 1960 e 1970 Sanders e sua mulher iniciaram muitas pessoas, entre eles Stewart Farrar e Janet Owen, dois renomados autores e bruxos conhecidos. Janet e Stewart se casaram e escreveram muitos livros sobre Wicca, continuando o trabalho de divulgação de Sanders, mas desta vez já totalmente apoiados na recém-formada Tradição Alexandrina.
É difícil de precisar como funciona exatamente a Tradição Alexandrina. Genericamente, covens Alexandrinos focam o seu trabalho no treino, geralmente associado a Magia Cerimonial, como Cabala, Magia Angélica e Enoquiana. Foi conservada a estrutura hierárquica da experiência gardneriana que Sanders teve, e também a prática de rituais mais dramatizados e polarizados, com a presença de uma Sacerdotisa e de um Sacerdote. Muitos covens alexandrinos permitem que não-iniciados participem dos rituais como neófitos, para que possam depois, começar do primeiro grau.
Outros covens, permitem que convidados participem de algumas reuniões. Algumas das regras impostas por covens gardnerianos também foram adaptadas, como a regra do nudismo ritual, que é opcional em covens alexandrinos. Covens Alexandrinos basicamente usam os mesmos instrumentos e rituais da Wicca Gardneriana, mas em alguns casos, os rituais foram adaptados.
Durante os últimos trinta anos, as diferenças entre as duas Tradições tem ficado menor, mesmo que cada coven mantenha o seu estilo, é possível ver uma maior uniformidade.

Tradicional Britânica:

(BTW abreviado) é um termo usado descrever algum Wiccan tradições que têm suas origens no Floresta Nova região de Inglaterra. O mais proeminentes tais tradiçõens são Gardnerian Wicca e Alexandrian Wicca, mas outras tradições ou derivadas deles ou reivindicando uma história nova compartilhada da floresta (notàvelmente Vale central Wicca), são considerados também para ser Wicca tradicional britânico. No exemplo de algumas tradições (como Estrela azul Wicca), algumas linhas são consideradas ser Wicca tradicional britânico e algumas não são.

Wicca Céltica:
Uma Tradição muito telúrica, com enfoques na natureza, os elementos e elementais, algumas vezes fadas, plantas, etc. Muitas "Bruxas Verdes" (Green Witches) e Adeptos do Druidismo seguem este caminho, centrado no panteão Céltico antigo e em seus Deuses e Deusas.

Tradição Caledoniana:
Uma tradição que tenta preservar os antigos festivais dos escoceses e às vezes é chamada de Tradição Hecatina.

Tradição Picta:
É uma das manifestações da Bruxaria tipicamente escocesa. Na maioria das vezes é uma forma solitária da Arte. Seu enfoque prático é basicamente mágico e possui poucos elementos religiosos e filosóficos.

Bruxaria Cerimonial: Usa a Magia cerimonial para atingir os propósitos mais altos e algumas vezes materiais. Segue os princípios da Magia Cabalística e Magia Egípcia.

Tradição Diânica: Algumas bruxas diânicas só cultuam a deusa, outras bruxas utilizam esta tradição para romper com laços patriarcais predominantes muito tempo na terra.

Tradição Georgina: Foi criada por George Patterson, auto-intitulado "Sumo Sacerdote Georgino". Essa tradição é eclética por ter uma gama enorme de rituais, como por exemplo, Celtas, Alexandrinos, Gardnerianos e tradicionais.

Ecletismo: São considerados ecléticos os bruxos que realizam vários rituais sem se prender a um único.

Tradição das Fadas: Teve origem entre os diversos povos europeus da Idade do Bronze que, ao migrarem para as colinas e altas montanhas por causa das guerras e invasões, ficaram conhecidos como Duendes ou Fadas. Existem hoje várias facções da Tradição das Fadas.

Tradição Gardneriana: Esta é a tradição que mais contribuiu para que bruxaria fosse difundida. Foi fundada por Gerald Gardner em 1950 na Inglaterra. Muitos rituais e trabalhos mágicos em numerosas tradições são originárias do trabalho de Gardner. O Gardnerianismo é uma tradição hierárquica onde a Sacerdotisa e o Sacerdote governam.

Tradição Hecatina: É uma tradição de Bruxos que buscam inspiração em Hécate e tentam resgatar o culto a esta Deusa.

Tradição Familiar ou Hereditária: Nesta tradição os bruxos são treinados por algum membro da família. Os Bruxos Hereditários ou Genéticos são pessoas que descendem de quem já tenha origem pagã.

Bruxa de Cozinha: Sua espiritualidade gira em torno do fogo e do lar.

Wicca Saxônica: Fundada em 1973 por Raymond Buckland, que era um Bruxo Gardneriano.

Tradição Teutônica ou Nórdica: Essa tradição é formada por pessoas que falam dialetos europeus como o norueguês e o inglês. Para realizar rituais, se inspiram em deuses originários das religiões onde se falam os dialetos germânicos.

Tradição Asatrú: Facção das tradições teutônica e nórdica. Praticada por aqueles que se inspiram nos rituais e na religiosidade escandinava.

Tradição Algard:
Uma americana iniciada nas Tradições Gardneriana e Alexandrina, chamada Mary Nesnick, fundou essa "nova" tradição que reúne ensinamentos de ambas tradições sob uma única insígnia.

Bruxaria tradicional:
Todo Bruxo tradicional dará uma definição diferente para este termo. Um Bruxo tradicional é aquele que freqüentemente prefere o título de Bruxo à Wiccano e define os dois como caminhos muito diferentes. Um Bruxo tradicional fundamenta seu trabalho mágico em métodos históricos da tradição, religiosidade e geografia de seu país.

Bruxaria Tradicional Ibérica: Uma bruxaria onde participam pessoas que habitam a região que compreende a penísula ibérica, principalmente Portugal e Espanha. Seus ancestrais adoravam os seus Deuses, com cultos diferenciados entre tribos e regiões; eles amavam e respeitavam os lugares e espíritos da natureza, colhiam e caçavam com bravura e respeito. No passado a Península Ibérica foi palco de influências de vários povos entre eles: os Fenícios, Cartagineses, Suevos, Visigodos, Celtas (daí o rótulo de Celtibero, palavra que representa mistura de povos Celtas e Ibéricos). As divindades nunca se mesclaram facilmente com as dos povos invasores. A adoração e o Ritual dos Deuses tem a ver com a Arte Antiga, hoje chamada por uns de "Tradicionalista" e claro, muito anterior à Wicca que vemos do autor Gardner e outros decorrentes. Além disso, é sabido o quanto Gerald Gardner percorreu por várias vezes a Espanha na busca do culto dos Antigos... e nunca os encontrou realmente, pois os grupos de bruxos conhecidos por Aquellares e Coevas (covens) são fechados e o que se fala para o exterior é cauteloso de acordo com as Leis Wiccanas! O espírito religioso dos romanos baseava-se na importação dos Deuses das varias regiões conquistadas. Podemos citar a Grécia como exemplo disso. Todos os Deuses Gregos foram importados dando origem a Deuses Romanos de poder, influência e semântica similares. Os romanos também querendo absorver "os poderes das tribos" conquistadas, apropriavam-se dos nomes dos Deuses locais e os aplicavam conforme as conveniências em sua cultura, sem contudo nestes Deuses romanos recém criados existir o verdadeiro sentido mágico-religioso. Assim aconteceu com a nossa Deusa Atégina que após a romanização, virou Proserpina, nome deveras conhecido na mitologia romana mas, muito antes de Roma ser criada, os povos locais já conheciam a lenda da Descida da Deusa Atégina aos mundos interiores. Podemos notar também pela história que, cinco séculos antes de Roma, já haviam chegado à europa a cultura dos Gregos e dos Fenícios e, depois, dos Cartagineses que não forçaram os habitantes ibéricos com suas religiões, entretanto foram bastante influentes na passagem de segredos e mistérios aos Sábios tribais dos Santuários primitivos já existentes na Península Ibérica. A Tradição dos ibéricos tem uma ancestralidade reconhecida num vasto Panteão autônomo, quase livre de influências exteriores, e nos variadíssimos vestígios históricos, que cada vez mais surgirão à luz dos homens. Não poderíamos ficar allheios também da importância trazida pelas culturas Fenícia, Cretense e Grega e cuja cultura resplandecente causou assombro e respeito aos povos nativos ibéricos do litoral português com os cultos de Baal Merkart e de Tanith de Cartago cultuada no seu local em Nazaré. O Panteão Ibérico é rico e tribal. Os Deuses que compõem este panteão existem nas antigas regiões da Bética, da Lusitânia e da Calaecia, e entre várias Divindades, cultua-se: Endovélico - o Curador, Atégina - A Deusa Mãe, Trebaruna - A Guerreira e Protetora, Boncôncios - O Guerreiro, Tongoenabiagus - O Fertilizador, Tanira - A deusa das Artes, Nabica - A Ninfa das Florestas, Aernus - O senhor dos ventos do norte, Brigantés - a Deusa guerreira. (Esta divindade é resultante da influência dos povos do norte da Europa nas terras da Ibéria, a qual não têm nada a ver com Briga ou Brigit dos druidas e muito menos a ver com os seus cultos). Os feiticeiros Ibéricos não seguem os atuais calendários usados na Wicca, mas sim os calendários vivos que a própria Tradição os ditou através dos tempos. Nesta Tradição há 3 Celebrações anuais básicas: O nascimento, O Apogeu e o Rito aos Idos aonde visitamos o Rio do Esquecimento, para cultuar seus antepassados. Na Tradição Ibérica o culto é dirigido a uma só Deusa ou a um Deus e cada Divindade é adorada individualmente, salvo algumas exceções, não se aplicando a ritualística de Deusa e seu Consorte, tão difundida pela Wicca e não existe o conceito de deuses infernais, nem duos ou trindades de deuses.

Tradição Galesa de Gwyddonaid: Uma Tradição Galesa Céltica da Wicca, que adora o panteão galês de Deuses e Deusas. Gwyddonaid, foi quem grosseiramente traduziu a ignóbil obra galesa "Árvore da Bruxa (Tree Witch)" e propagou esta forma de trabalhar magicamente.


Bem pessoal espero que vocês sigam o que for melhor para vocês e que os Deuses olhem sempre por nós!
Blessed Be.

1 comentários:

Anônimo disse...

Muito legal esta materia!!

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