O MITO DA CRIAÇÃO
by Starhawk
Solitária, majestosa, plena em si mesma, a Deusa, Ela, cujo nome sagrado, não pode ser jamais dito, flutuava no abismo da escuridão, antes do início de todas as coisas. E quando Ela mirou o espelho curvo do espaço negro, Ela viu com a sua luz o seu reflexo radiante e apaixonou-se por ele. Ela induziu-o a se expandir devido ao seu poder e fez amor consigo mesma e chamou Ela de "Miria, a Magnífica".
O seu êxtase irrompeu na única canção de tudo que é, foi ou será, e com a canção surgiu o movimento, ondas que jorravam para fora e se transformaram em todas as esferas e círculos dos mundos. A Deusa encheu-se de amor, que crescia, e deu à luz uma chuva de espíritos luminosos que ocuparam os mundos e tornaram-se todos os seres.
Mas, naquele grande movimento, Miria foi levada embora, e enquanto Ela saía da Deusa, tornava-se mais masculina. Primeiro, Ela tornou-se o Deus Azul, o bondoso e risonho deus do amor. Então tornou-se no Verde, coberto de vinhas, enraizado na terra, o espírito de todas as coisas que crescem. Por fim, tornou-se o Deus da Força, o Caçador, cujo rosto é o sol vermelho, mas no entanto, escuro como a morte. Mas o desejo sempre o devolve à Deusa, de modo que Ela circula eternamente, buscando retornar em amor.
Tudo começou em amor; tudo busca retornar em amor. O amor é a lei, mestre da sabedoria e o grande revelador dos mistérios.
KendraMoon
O MITO DA DESCIDA DA DEUSA
Dea, nossa Dama e Deusa, soluciona todos os mistérios, até mesmo o mistério da Morte. Assim sendo, ela partiu rumo ao Submundo em sua nau, pelo sagrado rio da Descida. A seguir ela se deparou com o primeiro dos setes portais do submundo. E seu guardião a desafiou, exigindo uma de suas vestes para que ela passasse, pois nada pode ser dado sem que algo seja oferecido em troca. E a cada um dos portais a deusa teve que pagar o preço da passagem, pois os Guardiões assim lhe diziam: “Despe-te de suas vestes, e livra-te de tuas jóias, pois não há nada que possa trazer a nossos domínios”.
Assim, Dea cedeu suas jóias e suas vestimentas aos guardiões, e foi conduzida como um ser vivo que busca ingresso no Reino dos Mortos e dos Poderosos. No primeiro portal ela deixou seu cetro, seguido de sua coroa, no terceiro seu colar, no quarto seu anel, no quinto a sua guirlanda, no sexto suas sandálias, e no sétimo seu vestido. Dea permaneceu nua e foi apresentada, e tal era sua beleza que ele próprio se ajoelhou quando ela entrou. Depondo sua espada e coroa aos pés dela aos pés dela aos pés dela, disse: “Abençoados são seus pés, pois te trouxeram por esta senda .” Ele então se ergueu e disse a Dea: “Fica comigo, eu te imploro e deixa seu coração por mim ser tocado.”
E Dea respondeu a Dis: “Mas eu não te amo: “Mas eu não te amo, pois por que fazes com que todas as coisas que e com as quais me delicio venham a fenecer e a morrer ?”
“Minha Senhora”, respondeu Dis: “é contra a idade o destino que falas. Não tenho poder, pois a idade faz com que tudo que eu amo pereça, mas quando os homens quando os homens morrem ao fim do seu tempo lhes dou repouso, paz e força. Por algum tempo eles habitam com a lua, e com os espíritos da lua; então podem retornar ao reino dos vivos. Mas és tão adorável e te peço para que não retornes, mas que vivas cá comigo”
Ao que ela respondeu: “Não, pois não te amo”. Então Dis disse: “Se recusas a me abraçar, deves prostrar-te perante o açoite da morte.” Respondeu a Deusa: “Se assim é, assim seja, tanto melhor!” Dea então ajoelhou-se em submissão perante a morte, e esta açoitou-a tão levemente que ela gritou: “Reconheço a tua dor, a dor do amor.”
Dis ergueu-a e disse: “És abençoada, minha Rainha e minha Dama.” A seguir ele lhe deu os cinco beijos de iniciação dizendo: “Somente assim podes ambicionar sabedoria e prazer.”
E ele ensinou-lhe todos os seus mistérios, e lhe deu o colar que é o círculo do renascimento. E ela lhe transmitiu todos os seus mistérios, do cálice sagrado que é o caldeirão do renascimento. Eles se amaram e se uniram um ao outro, e por um período Dea viveu nos domínios de Dis.
Pois três são os mistérios na vida do homem: Sexo, nascimento e Morte (e o amor controla todos). Para atingir o amor, devemos retornar ao mesmo tempo e local dos que amaram antes. E devemos encontrar, reconhecer, lembrar e amá-los novamente. Mas para que possamos renascer devemos morrer e ser preparados para um novo corpo. E para morrer devemos nascer, mas sem amor não podemos nascer entre os nossos semelhantes.
Mas nossa Deusa tende a favorecer o amor, o prazer e a alegria. Ela protege e cuida de suas crianças ocultas nessa vida e na próxima. Na morte ela revela o caminho que leva a comunhão com ela, e na vida ensina a magia do mistério do Círculo(existente entre os mundos dos homens e dos deuses).
Da tradição Aridiana, Raven Gimassi, way of the strega
Texto extraído do livro: Os Mistérios Wiccanos
A INSTRUÇÃO DA DEUSA
Quando necessitar de alguma coisa, uma vez no mês e é melhor que seja quando a lua estiver cheia, deverá reunir-se em algum local secreto e adorar meu espírito que é a rainha de todos os sábios. Você estará livre da escravidão e, como sinal de sua liberdade, apresentar-se-á nu em seus ritos. Cante, dance e festeje, faça música e amor, todos em minha presença, pois meu é o êxtase do espírito e minha é a alegria sobre a terra. Pois minha é a lei do amor para todos os seres. Meu segredo que é que abre a porta da juventude e minha é a taça do vinho da vida, que é o caldeirão de Ceridwen, que é o graal da imortalidade. Eu concedo a sabedoria do espírito eterno e, além da morte, dou a paz e a liberdade e o reencontro com aqueles se foram antes. Nem tampouco exijo algum tipo de sacrifício, pois saiba eu sou a mãe de todas as coisas e meu amor é derramado sobre a terra
Eu que sou a beleza da terra verde e da lua branca entre as estrelas e os mistérios da água, invoco seu espírito para que desperte e venha até mim. Pois sou o espírito da natureza que dá a vida ao universo. De mim todas as coisas vêm e a mim todas as coisas devem retornar. Que a adoração a mim esteja no coração daquele que rejubila, pois saiba, que todos os atos de amor e prazer são meus rituais. Que haja beleza e força, poder e compaixão, jubilo e reverência dentro de você. E você que busca conhecer-me saiba que a sua procura e ânsia serão em vão, ao menos que você conheça o mistério: pois se aquilo o que busca não se encontrar dentro de você, nunca encontrará fora. Saiba, pois que estou com você desde o inicio dos tempos, e sou aquela que é alcançada ao fim do desejo.
Extraído do livro A dança cósmica das feiticeiras
A INSTRUÇÃO DO DEUS
Sou o radiante Deus dos céus, que inunda a Terra de valor, e guardo a semente oculta da criação, que irá germinar e manifestar- se. Levanto minha lança brilhante para iluminar a vida de todos os seres diariamente trago meu ouro à Terra, fazendo retroceder os poderes da escuridão.
Sou o senhor das coisas selvagens e livres. Corro pelo campo com o cervo e me elevo como o sagrado falcões nos céus resplandecentes. Os antigos bosques e lugares selvagens emanam meus poderes e os pássaros em vôo cantam a minha sacralidade.
Sou a última colheita, que oferece frutos e grãos para que todos se alimentem. Porque sem plantio não há colheita, sem inverno não há primavera.
Adorem-me como o Sol da Criação, de mil nomes, o espírito do Cervo Astado, a colheita sem fim. Vejam no ciclo anual dos festivais meu nascimento, morte e renascimento e saibam que esse é o destino de toda a criação.
Sou a centelha da vida, o Sol radiante, o Doador de paz e do descanso e envio meus raios para abençoá-los, iluminando os corações e fortalecendo as mentes de todos.
A DEUSA NO REINO DA MORTE
Neste mundo, a deusa é vista na lua, aquela que brilha na escuridão, aquela que traz a chuva que move as marés, a senhora dos mistérios. E, enquanto a lua cresce e mingua, e anda três noites no sei ciclo da escuridão, diz-se que a deusa, certa vez passou três noite no reino da morte.
Pois, no amor, ela sempre busca seu outro self e, uma vez no inverno do ano em que ele havia desaparecido da terra verde, ela o seguiu e chegou, finalmente, aos portões além dos quais os vivos não entram.
O guardião do portão desafiou-a e desnudou-se de suas roupas e jóias, pois nada pode ser levado para aquela terra. Por amor ela estava aqui confinada como todos os que ali penetram, e foi conduzida à morte.
Ele a amava e ajoelhou- se a seus pés, deu-lhe o beijo quíntuplo e disse:
-Não retorne ao mundo dos vivos, mas permaneça aqui comigo e tenha paz, descanso e conforto.
Mas ela respondeu:
-Por que você faz com que todas as coisas que amo e prezo murchem e morram?
-Senhora- disse ele- é destino de tudo que aquilo que vive morrer. Tudo passa, tudo se esvai. Eu trago conforto e consolo para aqueles que cruzam os portões, para que possam juvenescer, mas você é o desejo do meu coração, não volte, fique aqui comigo.
E ela ficou com ele durante três dias e três noites, e ao final da terceira noite, ela colocou sua coroa, que se tornou o diadema que ela colocou em seu pescoço, dizendo:
-Eis o circulo do renascimento. Através de você todos saem da vida, mas através de mim todos podem renascer novamente. Tudo passa, tudo muda. Mesmo a morte não é eterna. Meu é o mistério do ventre, que é o caldeirão do renascimento. Penetre em mim e me conheça e estará liberto de todo o medo. Pois se a vida é somente uma passagem para a morte, a morte é somente uma passagem de volta para a vida e em mim, o círculo sempre gira.
Amorável ele penetrou-a e assim renasceu para a vida. No entanto ele, é conhecido como senhor das sombras, o confortador e consolador, aquele que abre os portões, rei da terra da juventude, o que dá paz e descanso. Mas ela é a mãe de toda a vida; dela todas as coisas nascem e para ela devem retornar novamente. Nela estão todos os mistérios da morte e do renascimento; nela encontra-se a realização de todo o amor.
Origens da Wicca
Para a Wicca, existe um Princípio Criador, que não tem nome e está além de todas as definições. Desse princípio, surgiram as duas grandes polaridades, que deram origem ao Universo e a todas as formas de vida.
Princípio Feminino ou Grande Mãe
A Grande Mãe representa a Energia Universal Geradora, o Útero de Toda Criação. É associada aos mistérios da Lua, da Intuição, da Noite, da Escuridão e da Receptividade. É o inconsciente, o lado escuro da mente que deve ser desvendado. A Lua nos mostra sempre uma face nova a cada sete dias, mas nunca morre, representando os mistérios da Vida Eterna. Na Wicca, a Deusa se mostra com três faces: a Virgem, a Mãe e a Velha Sábia, sendo que esta última ficou mais relacionada à Bruxa na Imaginação popular. A Deusa Tríplice mostra os mistérios mais profundos da energia feminina, o poder da menstruação na mulher, e é também a contraparte Feminina presente em todos os homens, tão reprimida pela cultura patriarcal!
PRINCIPIO MASCULINO OU DEUS CORNIFERO
Da mesma forma que toda luz nasce da escuridão, o Deus, símbolo solar da energia masculina, nasceu da Deusa, sendo seu complemento, e trazendo em si os atributos da coragem, pensamento lógico, fertilidade, saúde e alegria. Da mesma forma que o sol nasce e se põe, todos os dias, o Deus nos mostra os mistérios de Morte e do Renascimento. Na Wicca, o Deus nasce da Grande Mãe, cresce, se torna adulto, apaixona-se pela Deusa Virgem, eles fazem amor, a Deusa fica grávida, o Deus morre no inverno e renasce novamente, fechando o ciclo do renascimento, que coincide com os ciclos da Natureza, e mostra os ciclos da nossa própria vida. Para alguns, pode parecer meio incestuoso que o Deus seja filho e amante da Deusa, mas é preciso perceber p verdadeiro simbolismo do mito, pois do útero da Deusa todas as coisas vieram, e, para ele, tudo retornará. E, se pensarmos bem, as mulheres sempre foram mães de todos os homens, pelo seu poder de promover o renascimento espiritual do ser amado e de toda a Humanidade. Quando discutirmos a Roda do Ano, esses conceitos serão novamente explicados na parte dos rituais. Mas o sentido profundo do simbolismo na Bruxaria só pode ser verdadeiramente entendido através da meditação e do contato intuitivo com a energia dos Deuses.
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